sexta-feira, 13 de maio de 2011

Tempo


O tempo é só um para todos. E, ao mesmo tempo, pode ser definido e individualizado de diferentes formas.
Existe a concepção de tempo em que o passado é dispensável, irrelevante, pois não é interessante. Há também a concepção que nada é para já, valorizando o futuro. E também aquele que exerce o presente como o fundamental.
Diferentemente de todas as concepções anteriores, acredito que o passado exerce uma certa importância, pois tudo vira passado, cedo ou tarde. Esse passado é a base para planejar o presente, que é estruturado para o futuro. Havendo essa relação, torna-se fundamental compreender e relacionar essas três formas de tempo.
Apresenta-se como tempo, tudo e todo momento, valorizá-lo é a peça fundamental, pois tempo perdido não pode ser recuperado. Tempo é vida.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

História e vida de Manuel Bandeira.

 
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em Recife no dia 19 de abril de 1886, era filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Quatro anos depois de seu nascimento transferem – se para o Rio de Janeiro, depois para Santos – SP, e novamente, Rio de Janeiro. Depois de muito tempo Manuel Bandeira decide então fazer Arquitetura na Escola Politécnica, em São Paulo, e à noite estudar desenho e pintura.
Em 1904, o autor descobre que tem tuberculose, abandona suas atividades e volta para o Rio de Janeiro. A fim de se tratar no Sanatório de Clavadel, na Suíça, embarca em junho de 1913 para a Europa. Um de seus poemas que caracteriza sua doença é pneumotórax.

         “Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que poderia ter sido, e não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três
- Trinta e três... Trinta e três... Trinta três...
- Respire
 .................................................
- o senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado
- Então, doutor, não é possível tentar um pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”

A mãe dele morre em 1916. No ano seguinte ele publica seu primeiro livro: A cinza das horas, numa edição de 200 exemplares. Em seguida, perde sua irmã, Maria Cândida de Souza Bandeira, que desde o início da doença do irmão, havia sido uma dedicada enfermeira. Logo após publica seu segundo livro, carnaval. E em 1920, seu pai morre.
Bandeira não participa da Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro em São Paulo, no Teatro Municipal. Na ocasião, porém, Ronald de Carvalho lê o poema Os Sapos, do livro Carnaval.
Manuel Bandeira, além de crítico, fazia tradução de peças e livros, e ainda encontrou tempo para através do exercício literário, refletir sobre a vida, falar sobre suas memórias de menino, registrar cenas do cotidiano e aprende a lidar com a doença, como nos versos de Testamento.


        “Criou-me, desde menino,
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!”


Superou as expectativas, pois todos seus familiares morreram antes dele. Mas, em 13 de outubro de 1968, às 12 horas e 50 minutos, Manuel Bandeira morre, no Hospital Samaritano, em Botafogo, sendo sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.
Entre seus principais livros, encontram-se Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Mafuá do Malungo (1948), Lira dos cinquent’anos e Belo belo (1948 e 1951), Estrela da tarde (1958) e Estrela da vida (1966).


Belo belo
Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações exitintas há milênios.
E o risco brevíssimo – que foi? passou! – de tantas
·                                                        estrelas cadentes.

A autora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia a dentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

- Quero é a delícia de poder sentir as coisas mais simples.”


                       Maria  Gabriela Alves Costa

sábado, 16 de abril de 2011

Você conhece a remota Ilha de Santa Helena, onde Napoleão Bonaparte ficou exilado durante 6 anos, e como foi sua estadia lá?


Napoleão Bonaparte

Um dos maiores mitos da França de todos os tempos, Napoleão Bonaparte escreveu o seu nome na história pelas conquistas que realizou. Durante quase dez anos (de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814), foi o imperador da França, adotando o nome de Napoleão 1º. O seu poder começou a ruir quando deu ordens para invadir a Rússia. Mesmo tento ocupado a capital Moscou, os russos não se entregaram ao Exército napoleônico porque contavam com o "rigoroso inverno" e com a tática de destruir os recursos que pudessem ser aproveitados por Napoleão, como: envenenando água, incendiando casas e plantações, etc. Com o frio, os soldados franceses foram ficando sem abastecimento e não tiveram outra alternativa a não ser o recuo. Alguns historiadores contam que, de um total de 600 mil homens, apenas 37 mil sobreviveram nesta invasão. Fragilizado, o general viu os seus inimigos invadirem a França e Napoleão Bonaparte foi obrigado a renunciar ao trono de imperador em abril de 1814, e ficou exilado na ilha de Elba. Depois, ainda tentou voltar ao poder, mas foi derrotado na célebre Batalha de Waterllo, no dia 18 de junho de 1815. Três dias depois, Napoleão Bonaparte seguiu para outro exílio, na ilha de Santa Helena, onde morreu no dia 5 de maio de 1821. O mito agora fazia parte da história.

Bandeira de Santa Helena

 

A ilha de Santa Helena localiza-se no meio do Oceano Atlântico, entre a América e a África. É uma das ilhas do grupo de territórios ultramarinos britânicos formados por Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, distantes entre si e pouco habitadas.
Localização da Ilha de Santa Helena (em vermelho)
1.200 km do continente mais próximo
8 km de largura x 16 km de Comprimento

A Ilha de Santa Helena é formada por paredões de pedra em todo o seu redor, com apenas uma baía abrigada, onde ergue-se sua pequena capital Jamestown. O interior da ilha era originalmente recoberto de florestas, mas hoje é composto de bem cuidados campos e pastagens, bem ao estilo inglês.


Esta geografia mostrou-se perfeita para abrigar prisioneiros que em hipótese alguma deveriam sair da ilha, e seu mais famoso exilado foi o Imperador Francês Napoleão Bonaparte. Após a Batalha de Waterloo, em 1815, Napoleão foi preso pelos ingleses e enviado a Santa Helena, onde foi "hóspede" inglês até 1821, quando faleceu.

Napoleão foi enterrado na ilha, e lá permaneceu durante 19 anos, até que seus restos mortais retornassem à França em 1840, sendo cremados e enviados para sua famosa tumba no Cemitério "Les Invalides", em Paris, onde permanecem até hoje.


Durante a estadia de Napoleão, ele ficou no interior da Ilha, em um pequeno povoado chamado Longwood, sendo constantemente vigiado pelo Exército Britânico, e navios da Marinha Real permaneciam ancorados ao largo de toda a ilha, cuidando de seu mais famoso "visitante".



Napoleão ficava à beira do penhasco, olhando a imensidão do mar, esperando algo que não sabem ao certo se chegará. 

Para mais informaçoes: http://the-rioblog.blogspot.com/2011/01/conheca-remota-e-surpreendente-ilha-de.html
Post adaptado por: Louíse Saráiva e Patrícia Geani

sábado, 9 de abril de 2011

Resenha sobre o filme A Máquina.


          Baseado no livro de Adriana Falcão e na peça teatral de João Falcão (diretor do filme), o filme “A Máquina” retrata o romance de Karina (Mariana Ximenes) e Antonio (Gustavo Falcão). A trama se passa em Nordestina, pequena e esquecida cidade do sertão nordestino, que nem no mapa existe.
         Karina tem o sonho de ser atriz e ganhar o mundo, enquanto Antonio não imagina viver longe de Nordestina. Mas para a felicidade de sua amada, ele resolve se arriscar numa aventura e promete-lhe que trará o mundo de presente para ela.
         A partir desse momento já é perceptível a influência das vanguardas europeias no enredo, pois logicamente não é possível trazer o mundo para uma pequena cidade. Além disso, Antonio vai a um programa de TV e promete a todas as pessoas que irá ao futuro, caso não o cumpra terá sua vida ceifada. Dessa maneira, ele ultrapassa os limites da realidade com tamanha falta de lógica que pode-se então destacar o Dadaísmo, vanguarda que apresenta como principal característica o ilogismo.
         Antonio destaca-se como um herói dinâmico e otimista, não temendo perder a sua vida por amor de sua amada. Sabe-se que o dinamismo e o heroísmo estão presentes no Futurismo, vanguarda que tem características renovadoras e antitradicionais. Mergulhando no seu inconsciente e viajando ao futuro, Antonio ignora mais uma vez os princípios racionais e consegue convencer a todos que isso foi verdade, dessa maneira pode-se destacar o Surrealismo, vanguarda que desacredita na razão, por ela ignorar nosso universo inconsciente.
         ”A Máquina” é uma história surpreendente, mistura romance e ficção, é divertida e ainda conta com a influência das Vanguardas Europeias, que foram e ainda são muito importantes na Literatura.

Dayse Ariane. 

Resenha sobre o filme A Máquina.

Antônio “de dona Nazaré” é o único habitante da cidade de Nordestina que não quer ir para o mundo. Karina “da rua de baixo”, bela moça por quem ele é apaixonado, tem o sonho de ser atriz e, para realizá-lo, ela decide se aventurar no mundo. Como não pretende deixar sua amada ir embora, Antônio promete trazer o mundo para ela.
Essa é a história contada pelo filme A Máquina, lançado em 2006, dirigido por João Falcão e estrelado por Mariana Ximenes, Gustavo Falcão e Paulo Autran.
Durante o desenvolvimento do enredo é possível perceber a influência das Vanguardas Européias. Nos diálogos, em algumas cenas, como a que apresenta Karina cantando, e em alguns posicionamentos de câmera, percebe-se o Surrealismo, pois há uma mistura da realidade e imagens do subconsciente. O Cubismo aparece principalmente durante o baile de máscaras e na vista panorâmica da cidade, por causa das várias formas geométricas e das cores fortes. O fascínio pelo mundo moderno, com toda sua tecnologia e a vontade de sair do marasmo da pequena cidade expressada pelos moradores mostra uma visão bastante parecida com a futurista. Na máquina que Antônio constrói, feita com o carro e as 700 lâminas, percebe-se influências do Dadaísmo, por causa da sobreposição de imagens, característica dessa vanguarda.
Janine Castro. 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A tragédia da Matemática

Num certo livro de Matemática, um quociente
apaixonou-se por uma incógnita. Ele, o quociente,
produto de notável família de importantíssimos
polinômios. Ela, uma simples incógnita, de mesquinha
equação literal. Oh! Que tremenda desigualdade. Mas
como todos sabem, o amor não tem limites e vai do mais
infinito ao menos infinito.
Apaixonado, o quociente olhou-a do vértice à base, sob
todos os ângulos, agudos e obtusos. Era linda, uma
figura ímpar e punha-se em evidência: olhar rombóide
(=rombo – losango), boca trapezóide, seios esféricos
num corpo cilíndrico de linhas sinoidais (=curvas).
– Quem és tu? — perguntou o quociente com olhar
radical.
– Sou a raiz quadrada da soma do quadrado dos
catetos. Mas pode me chamar de hipotenusa - respondeu
ela com uma expressão algébrica de quem ama.
Ele fez de sua vida uma paralela à dela, até que se
encontraram no infinito. E se amaram ao quadrado da
velocidade da luz, traçando ao sabor do momento e da
paixão, rectas e curvas nos jardins da quarta dimensão.
Ele a amava e a recíproca era verdadeira. Adoravam-se
nas mesmas razões e proporções no intervalo aberto da
vida.
Três quadrantes depois, resolveram se casar. Traçaram
planos para o futuro e todos desejaram felicidade
integral. Os padrinhos foram o vetor e a bissetriz.
Tudo estava nos eixos. O amor crescia em progressão
geométrica. Quando ela estava em suas coordenadas
positivas, tiveram um par: o menino, em homenagem ao
padrinho, chamaram de versor; a menina, uma linda
abscissa. Ela sofreu duas operações.
Eram felizes até que, um dia, tudo se tornou uma
constante. Foi aí que surgiu outro. Sim, outro.
O máximo divisor comum, um freqüentador de círculos
viciosos. O mínimo que o máximo ofereceu foi uma
grandeza absoluta. Ela sentiu-se imprópria, mas amava
o máximo. Sabedor desta regra de três, o quociente
chamou-a de fração ordinária. Sentindo-se um
denominador comum, resolveu aplicar a solução trivial:
um ponto de descontinuidade na vida deles. Quando os
dois amantes estavam em colóquio, ele em termos
menores e ela de combinação linear, chegou o quociente
e num giro determinante disparou o seu 45.
Ela foi para o espaço imaginário e ele foi parar num
intervalo fechado, onde a luz solar se via através de
pequenas malhas quadráticas.
Por: Elyza Medeiros e Brisa Fernandes